A produção de mel no distrito de Arapuá, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, passou por grandes transformações desde a chegada do Programa Colmeias, da Fibria, em 2009, e do Programa ReDes – iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Instituto Votorantim, em 2014.

Para Claudio Koch, presidente da Cooperativa Regional de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul (Cooperams), o principal avanço foi a regularização da produção: “Hoje, nós temos o controle dos produtos, que entram e saem da cooperativa devidamente regulamentados. Desta forma, agregamos valor e temos o controle de toda a produção, com embasamento em números reais.”

A Cooperams conta atualmente com 25 cooperados, e uma produção de 10 toneladas por safra, período de agosto a abril, relacionado à época de florescimento do eucalipto silvestre, vegetação nativa cultivada pela Fibria. A melinoponicultura é a produção de mel feita com abelhas sem ferrão.

Nem sempre as coisas foram assim. Segundo Claudio, a apicultura já existia na região, mas de maneira informal, como complemento de renda para a maioria dos moradores. “Eu venho de uma família de apicultores, e graças às iniciativas, conseguimos profissionalizar a produção de mel”, conta.

Criada em 2012, a cooperativa deu um salto com o Programa Colmeias e as florestas de eucalipto da Fibria na localidade. O Programa ReDes foi responsável por capacitações, cursos e toda a regulamentação que deu origem à cooperativa e ao projeto Caminhos do Mel, além de aportes financeiros para infraestrutura de obra e maquinário do entreposto.

Em 2015, Claudio e os demais apicultores participantes inauguraram o entreposto de mel, com equipamentos próprios para a produção, distribuição e armazenamento dos produtos em grande escala. Hoje, os produtos estão presentes principalmente na merenda escolar em Três Lagoas.

“O produtor entrega o mel para a cooperativa, que é responsável pelo processamento e compra da produção dele. Ele já não precisa dos atravessadores e nem beneficiar a produção. Ele é dono do próprio negócio, consegue renda com a produção de mel e fortalece a marca”, afirma.

Novos caminhos do Mel

Com apoio dos dois programas, os apicultores da cooperativa conseguiram regularizar toda a produção e pensam em aumentar a escala. Em julho, Claudio segue para o município de Picos, no Piauí, em busca de novas metodologias e processos na Casa Ápis, referência na produção e exportação de mel do país.

Para o apicultor, uma das maiores vantagens do mel é a viabilidade do produto: “Nós conseguimos processar e guardar o mel por até dois anos. O mercado e a viabilidade econômica são muito grandes”.

Ele também afirma que a gestão é um dos pontos principais do negócio, e é tão importante quanto investir em infraestrutura: “Precisamos formar gestores e pessoas qualificadas para gerirem o negócio”.

Claudio também destaca que parcerias são fundamentais, principalmente para atingir a meta de 100 cooperados até o final de 2017. “Nós também queremos abrir outros entrepostos em todo o estado. Começamos pequenos, mas nos estruturamos para poder expandir”, finaliza.

Em parceria com as empresas da Votorantim, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Programa ReDes tem por objetivo contribuir com o desenvolvimento sustentável. A ação integra o Eixo de Dinamismo Econômico do Instituto Votorantim. Acompanhe-nos também pelo Facebook, Twitter e YouTube.