Parcerias são importantes para agregar conhecimento, impulsionar ideias e mudar, de fato, a vida e a realidade de milhares de pessoas e lugares. Por isso, o Instituto Votorantim faz questão de atuar em conjunto com diversas empresas do setor público e privado, trazendo melhorias à população. E um dos parceiros nessa missão é o Sebrae, uma importante entidade privada brasileira de serviço social sem fins lucrativos. Entrevistamos Renato Perlingeiro Salles Junior, Head de Estratégia de Encadeamento Produtivo no Sebrae, para saber mais sobre a parceria, os resultados alcançados e a importância do encadeamento produtivo.

Instituto Votorantim: Como, quando e em que termos se deu o início da parceria entre iV e Sebrae?
Renato Perlingeiro: A parceria entre o Sebrae e o Instituto Votorantim, no âmbito do Programa Nacional de Encadeamento Produtivo, data de meados de 2014, quando as duas empresas identificaram a oportunidade de atuar em conjunto para o desenvolvimento dos pequenos negócios inseridos na cadeia de valor das empresas investidas da Votorantim. Esta parceria vai até 2020.


iV: Por que você considera importante esse trabalho em conjunto com o iV?
RP: O iV é um parceiro estratégico para o Sebrae por diversos motivos, desde a convergência de interesses no desenvolvimento de temas e estratégias, mas também por ser o ponto focal e melhor interlocução para identificação de oportunidades para implementação de iniciativas nas mais diversas cadeias de valor das empresas investidas da Votorantim.

iV: Como foi a experiência de trabalhar com o Programa ReDes?
RP: A estratégia do Encadeamento Produtivo foi considerada uma das tecnologias para a promoção do eixo estratégico do Programa ReDes, tendo em vista o fomento a cadeias produtivas nos territórios com a presença e influência dos negócios das empresas investidas da Votorantim.
A experiência tem sido positiva. De 2015 até 2018, o Sebrae e o Instituto Votorantim desenvolveram um conjunto de iniciativas em 7 estados brasileiros, nas cadeias de valor da Votorantim Cimentos (RJ, DF, GO e MT), Votorantim Energia (PE e PI, este último descontinuado) e Votorantim Siderurgia (MG) – que teve seus ativos (pertencentes à categoria de “Aços Longos”) vendidos a ArcelorMittal –, beneficiando 210 pequenos negócios, com um investimento da ordem de R$ 4.200.000,00.
Do conjunto de indicadores, podemos destacar:
• Avaliação da maturidade dos pequenos negócios nos temas: liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados. As empresas tinham, em média, 24,39 pontos de maturidade ao ingressarem nos projetos; ao final, a média foi de 40,70 pontos, ou seja, registraram um ganho de competitividade de 66,87%;
• Aumento de 1,95% da eficiência comercial das empresas;
• Aumento de 143,31% do faturamento das empresas;
• Redução de 7,54% do grau de dependência das grandes empresas;
• Aumento de 7,38% do valor adicionado das empresas;
• Aumento de 26,80% da lucratividade das empresas;
• Melhoria de 0,21% do prazo de entrega de produtos e serviços das empresas;
• Redução de 48,96% das não conformidade de produtos e serviços das empresas.

iV: Pode nos explicar, de maneira simplificada, como funciona o encadeamento produtivo?
RP: O Sebrae trabalha em parceria com grandes empresas desde 1994. Periodicamente, técnicos da instituição estabelecem negociações com representantes de grandes corporações, nas quais o Sebrae e a grande empresa definem o modelo de parceria. O próximo passo é fazer o mapeamento das demandas de bens e serviços e dos requisitos exigidos pelas grandes empresas.
Em seguida, as pequenas empresas são diagnosticadas, o gap de competitividade é identificado e, então, recebem um plano de ação com as oportunidades de melhoria do seu negócio. Cursos e consultorias são realizados para que as pequenas empresas melhorem o seu desempenho e um novo diagnóstico é realizado. Caso necessário, um novo ciclo de desenvolvimento pode ser implementado. Cerca de 70 mil empresas já passaram pelos mais de 280 projetos do programa nas cadeias de valor de mais de 170 médias e grandes empresas das cadeias de alimentos e bebidas, aviação, automotivo, casa e construção, defesa, energia, mineração, químicos e plástico, saúde e bem-estar, siderurgia, entre outros.

iV: Como as micro e pequenas empresas se beneficiam com esta parceria?
RP: Para contribuir com a melhoria dos índices de produtividade e competitividade, o Sebrae implementa a estratégia de encadeamento produtivo, promovendo a inserção de pequenos negócios em cadeias de valor de grandes empresas, por meio de relacionamentos cooperativos de longo prazo e mutuamente atraentes.
Segundo a Pesquisa do Sebrae, realizada com pequenos negócios que participam do Programa Nacional de Encadeamento Produtivo, a maioria dos pequenos negócios teve uma melhora no seu desempenho após trabalhar associada a grandes empresas. Para 69% dos empresários ouvidos, essa relação resultou em aumento da produtividade (com uma melhoria, em média, de 27%).
Para 62% das empresas, o faturamento também melhorou a partir do programa (com um aumento de 35%, em média), o que é bastante expressivo em um contexto de crise. E 45% dos entrevistados afirmaram que tiveram um aumento do número de pessoas ocupadas. Para chegar a esses resultados, o Sebrae entrevistou 569 empresários de todas as regiões do país, em dezembro de 2017.