No último dia 4 de julho, a Aspraf - Associação dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares de Sobradinho deu início ao 1° Curso de Cooperativismo e Associativismo, em Fercal, no Distrito Federal.  A capacitação contará com mais dois encontros e terá carga horária total de 20 horas.

O presidente da Aspraf, Rogério Montenegro Laguardia, explica que o objetivo da iniciativa é integrar diversos representantes de associações e cooperativas da região de Fercal e capacitá-los para o uso de técnicas e ferramentas básicas de gestão e governança de negócios sociais.

“Pensamos nessa atividade com base no que nossa região precisava de imediato. Sabemos que vários representantes de outras organizações não sabem lidar com o sistema tributário da organização. Entre outros assuntos, a oficina teve como objetivo introduzir essa prática.”

Andréa Ferreira de Aguiar, tesoureira da Cooperativa Calliandra - Mulheres Artesãs da Comunidade Queima Lençol, avaliou o evento como uma excelente experiência. “Foi muito bom poder esclarecer dúvidas e entender melhor a parte técnica de prestação de contas. Também foi uma chance de reunir associados de várias comunidades, para compartilhar conhecimento. Achei que aprendemos muito.”

O presidente da Aspraf completou dizendo que o curso contou, ainda, com um momento de qualificação básica sobre tecnologia. “Por meio de uma parceria com uma empresa local, conseguimos uma capacitação para ajudar os associados a lidarem com ferramentas de comunicação e gestão em smartphones. Esse tipo de tecnologia facilita muito o trabalho no nosso dia a dia.”

Diferenças fundamentais entre associações e cooperativas

Uma das principais dúvidas entre os participantes é sobre a caracterização dos grupos produtivos como associações ou cooperativas. Em outras localidades do Programa ReDes foi comum observar empreendimentos que migraram do associativismo para o cooperativismo.

Segundo o Sebrae, a diferença essencial entre associações e cooperativas está na natureza dos dois processos: as associações têm por finalidade a promoção de assistência social, educacional, cultural, representação política, defesa de interesses de classe ou filantropia. Já as cooperativas têm finalidade essencialmente econômica e seu principal objetivo é viabilizar o negócio produtivo junto ao mercado.

Essa diferença de natureza estabelece também o tipo de vínculo e o resultado que os participantes recebem das organizações. Nas cooperativas, os participantes são os donos do patrimônio e os beneficiários dos ganhos. As sobras das relações comerciais estabelecidas pela cooperativa podem, por decisão de assembleia geral, ser distribuídas entre os próprios cooperados.

Em uma associação, os associados não são propriamente os donos. O patrimônio acumulado pela associação, no caso de sua dissolução, deve ser destinado a outra instituição semelhante, conforme determina a lei. Os ganhos eventualmente obtidos pertencem à sociedade e não aos associados, pois, também de acordo com a lei, tais ganhos devem ser destinados à atividade-fim da associação.

Para saber mais, acesse: http://www.agricultura.gov.br/cooperativismo-associativismo