Os 48 negócios apoiados pelo Programa ReDes começaram 2015 em diferentes fases e com metas que variam de acordo com cada realidade. Para dois empreendimentos em especial, esse é o ano para melhorar processos na hora de comercializar e, com isso, conquistar novos mercados.
As mulheres da Cooperativa Costureiras Bordadeiras (Coopermoda) em Três Maria (MG) e da Cooperativa de Produção do Criminoso (Coopercrim), do Sabores da Fazenda em Niquelândia (GO), venceram as etapas de formalização e obras e começam a colher os frutos das melhorias alcançadas por meio de capacitações e trabalho em grupo.
Sabores da Fazenda
O Sabores da Fazenda, formado por 15 mulheres da Coopercrim, foi o primeiro negócio inclusivo apoiado pelo ReDes a ter sua sede inaugurada, em novembro de 2013. De lá pra cá, o esforço do grupo se concentrou em aprimorar e diversificar os produtos e melhorar processos internos de negócios e trabalho (como a decisão de se dividirem em dois turnos).
No início do ano passado, o empreendimento começou a fornecer para restaurantes da unidade local da Votorantim Metais, o que contribuiu para um aumento de 25% na produção da época. Este ano, um contrato muda novamente o trabalho e a receita do grupo: o Sabores da Fazenda está em duas unidades da rede “Nosso Novo Supermercado”.
Começou como uma experiência em janeiro, com um estande de produtos em frente à padaria da loja central. Hoje, elas fornecem para a padaria e são responsáveis por 90% dos produtos que saem da parte de confeitados, doces e bolos da rede. Segundo Eliene Ribeiro Espíndola Pereira, cooperada e responsável pelas entregas, o processo para essa conquista foi natural.
“Conhecemos a dona da rede em uma reunião do conselho de desenvolvimento local da cidade, fizemos o coffee break na ocasião e ela gostou dos produtos. O networking foi o primeiro passo”, contou. Durante o período com o estande, a padaria da rede passou por mudanças e, com isso, outra experiência começava.
“Fomos chamadas para uma capacitação, aprendemos receitas próprias do local, aprimoramos outros produtos como o ‘bolo de caixa’ e passamos a abastecer a padaria, menos a parte de pão francês que fica por conta do padeiro de cada unidade”, explicou Eliene. Desde a conquista desse cliente, houve um aumento de 15% no faturamento do negócio. O retorno também é positivo para a rede.
O Sabores da Fazenda passou a ter 25 clientes fixos, fora as compras que acontecem por meio das feiras livres e procura no local de produção. “Foi um desafio lidar com o aumento da demanda, mas com organização nos acostumamos e entramos na rotina certa. Acredito que o que faz nossa comercialização melhorar é o cuidado com a qualidade e diversidade dos nossos produtos e nossa gestão de pessoas. Cada uma tem sua função e importância”, finalizou.
Coopermoda
Em Minas Gerais, as dez mulheres da Coopermoda devem o aumento 32% no faturamento do empreendimento, comparado aos três primeiros meses do ano passado, às capacitações que receberam ligadas à liderança e gestão dos negócios e à aquisição máquina de design de bordado que permitiu que mais um serviço fosse oferecido.
Desde a inauguração do local adequado para a produção de uniformes, em junho de 2014, as costureiras conseguiram 15 novos clientes. A presidente da Coopermoda, Edimirian Fátima da Luz Silva, comentou que para obter esse salto na comercialização foi preciso olhar para um segmento e o que estavam oferecendo.
“Nossa maior saída é de uniformes, esse é nosso carro chefe e estamos sempre querendo aprimorar essa produção. Há dois meses aprendemos a bordar com uma máquina própria que conseguimos também com o ReDes, esse era um serviço que terceirizávamos de acordo com a encomenda. Agora nós fazemos”, comentou.
Edimirian acredita que com todas as etapas dentro da Coopermoda o faturamento vai aumentar ainda mais e as negociações com novos clientes também mudam de tom. “É bom falar o que conseguimos fazer aqui, dá mais credibilidade no mercado. O próximo passo é fazer a capacitação para a máquina de estampas, isso vai representar outro avanço pra gente”, disse.
