O período de estiagem de 2015 afetou a produção de mandioca em Alcobaça, no sul da Bahia. Mas isso não desanimou os membros da Cooperativa dos Agricultores do Vale do Itaitinga (CAVI), que inaugurou a nova unidade de empacotamento de farinha em maio deste ano.

A construção da infraestrutura foi mais uma das conquistas alcançadas com apoio do Programa ReDes – iniciativa do Instituto Votorantim, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além da Fibria, que também atua na região com o Programa de Desenvolvimento Rural Territorial (PDRT).

Para Adelina Santana, presidente da cooperativa, a baixa produção é apenas uma fase. “Com um plantio bom, uma tarefa de mandioca rende em torno de 50 sacas de farinha, mas, por conta da seca, isso caiu muito. Eu acredito que, até dezembro, a situação vá melhorar”, afirma. Tarefa é um espaço de 60m x 15m, onde ficam dispostas as sacas para comercialização.

“Até 2014, quando a colheita estava forte, uma tarefa custava entre R$ 2.500 e R$ 3.500. No momento, há quem peça até R$ 5 mil”, conta a presidente. Mesmo com a falta de matéria-prima, a produção de farinha é o que garante o sustento dos 18 cooperados da CAVI: são produzidos cerca de 1.000 kg por dia.

Além da nova unidade de empacotamento, por meio do Programa ReDes, os cooperados também contaram com aportes financeiros para aquisição de máquinas, equipamentos e insumos para começar a produção. O Plano de Negócios, desenvolvido junto aos consultores do PDRT e do ReDes, também previa a busca por novos mercados. Por isso, parte dos investimentos foram direcionados às embalagens fracionadas do produto no varejo. Com isso, é possível gerar valor agregado à produção que chega às prateleiras dos supermercados da região. “Com uma estrutura como aquela, vamos conseguir produzir muito, assim que a colheita da mandioca melhorar”, destaca Adelina.

Cultura do aipim

Em 2011, quando começaram as consultorias do PDRT no município, promovidas pela Fibria, quatro comunidades locais se uniram para fortalecer a produção de farinha de mandioca: Pouso Alegre, Constelação, Itaitinga e Novo Destino. No ano seguinte, os produtores se organizaram em uma cooperativa para desenvolver o projeto pelo Programa ReDes.

O cultivo da mandioca, também chamada de aipim e macaxeira Brasil afora, é cultural no município. Pequenos agricultores da comunidade alcobacense de Pouso Alegre e vizinhança tiram dessa raiz o sustento de seus lares.

Toda a mandioca que gera a farinha é produzida localmente, por famílias de agricultores e associações. Antes da estrutura, a CAVI produzia sacos de 80 litros de farinha – aproximadamente 54 kg –, e a comercialização se dava por meio de atravessadores, que compravam a farinha para abastecer o mercado.

Agora, com as embalagens fracionadas, a cooperativa abastece diretamente a rede de supermecados Rondelli – uma das maiores na região - grandes empresas e já participa de programas municipais de agricultura, como o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PNAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Para Adelina, essa nova fase é apenas o começo: “Meu sonho é ver o empreendimento crescer, e vamos trabalhar para expandir as atividades, com a fécula da farinha e, quem sabe, uma fábrica de biscoitos”, finaliza.

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Em parceria com as empresas da Votorantim, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Programa ReDes tem por objetivo contribuir com o desenvolvimento sustentável. A ação integra o Eixo de Dinamismo Econômico do Instituto Votorantim. Acompanhe-nos também pelo Facebook, Twitter e YouTube.